Depois da Grécia, a Irlanda, depois da Irlanda, Portugal, e quem será o próximo país a ser atacado pelos mercados financeiros, a ser a próxima vítima da incompetência das Instituições Europeias? Aceitam-se apostas.
Mas que dirigentes temos nós que nos levam a uma situação em que já se pode apostar em quem será o próximo país a cair!
Coimbra, 26 de Maio de 2011
Júlio Marques Mota
Crise europeia: o espantoso silêncio francês
É actualmente o assunto mais importante para o futuro da França, para o futuro da Europa. A crise está a atingir toda a zona euro. O efeito de contágio, instilado pelas agências de notação, porta-voz dos interesses financeiros, está a aumentar . Depois da Grécia, da Irlanda e de Portugal, a
Espanha e a Itália estão na linha de mira. A Bélgica poderia ser o próximo país da lista, depois de uma nova advertência lançada pela agência Fitch.
E a lógica do “estragar tudo” não fica por aqui, pois, depois da Bélgica estará, sem margem para dúvida, a França. A ruína das nossas finanças públicas, com uma dívida de 1.600 mil milhões de euros, coloca-nos numa situação de vulnerabilidade e de chantagem extrema em relação ao mundo financeiro.
Neste cenário de catástrofe, é a própria existência da construção europeia que passa a estar em causa. Ora, perante este abalo, que poderia conduzir até à explosão da zona euro, uma coisa espanta: o silêncio da classe política francesa. Espantoso silêncio mesmo, tanto à direita como à esquerda, nos partidos ditos de governo. Como se para afastar a ameaça, valha mais esconder os problemas.
A falência patente dos planos de resgate europeu elaborados há um ano, o destino de países vizinhos postos completamente de joelhos, a crise financeira paga somente pelas populações, a austeridade transformada na única linha de defesa para a Europa, merece no entanto que se abra o debate. Que significa portanto a solidariedade europeia? Que Europa queremos para amanhã? Perante estas perguntas, os dirigentes políticos franceses estão mudos.
Aliás, o debate começa a fazer furor. Na Alemanha, ocupa o centro de todas as discussões desde há semanas. Certo, Berlim é o primeiro contribuinte para o salvamento da zona euro, por conseguinte o primeiro em causa. Mas a França situa-se exactamente logo a seguir. Os partidos políticos alemães discutem sem fim sobre a questão grega e, de modo mais geral, o salvamento da zona euro. O debate é quase que diário na imprensa e no Bundestag. Alguns defendem uma linha dura sobre o tema: “os contribuintes alemães não devem pagar estar a para o resto da Europa”, e pedem sanções para os países em falta. Outros põem como fundamental a necessidade de preservar a construção europeia.
Para além das declarações de princípio, os líderes políticos avançam a fundo sobre as escolhas técnicas, expressão das orientações políticas. A questão de não fazer pagar os custos somente pelos contribuintes mas também de os fazer pagar também pelos interesses privados, ou seja pelos bancos, é agora largamente debatida.. Porque a urgência o exige, todos os assuntos, mesmo os mais tabus, começam a ser estudados. A publicação de um estudo pela revista Spiegel sobre a saída da Grécia do euro, estudo provavelmente efectuado pelo ministério alemão das finanças, mostra que os responsáveis políticos já não se proíbem de nenhuma pista de reflexão, dispostos a declarar a seguir que se trata apenas de um impasse .
As divergências de pontos de vista são visíveis até mesmo no topo da Administração, nos órgãos máximos do Estado. Enquanto que o ministro das finanças, Wolfgang Schaüble, defende desde há várias semanas que uma reestruturação da dívida pública grega, é o único meio, do seu ponto de vista, para trazer um pouco de alívio a um país ao bordo de se desmoronar , a chanceler alemã, Ângela Merkel, opôs-se publicamente ao seu ministro, defendendo uma posição de sanção moral, que leve a recusar a menor alteração doa situação relativamente à Grécia.
A disputa tem continuado a aumentar e prossegue-se agora com o Banco Central Europeu. Esta ameaça os países europeus“do horror” de acordo com os termos do governador do Banco da França, Christian Noyer, se estes aceitarem uma reestruturação da dívida grega. De acordo com o BCE, isto só poderá criar um precedente para a Irlanda e para Portugal. A prazo, é todo o sistema bancário europeu que é ameaçado e com ele é também toda a economia europeia que está ameaçada. No lado oposto, está o ministro das finanças alemão, apoiado pelos Países Baixos e também agora pelo presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, que defende a necessidade de uma alteração das condições para a Grécia.
Mediapart, Crise européenne: l’assourdissant silence français, 26 de Maio de 2011.
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