O jornal Correio da Manhã organizou uma conferência sobre “O Estado da Nação”, dedicando um painel à Educação e Competitividade. O FLE fez-se representar por Francisco Vieira e Sousa.
Colocou-se a votação pública a seguinte questão: Estará o nosso sistema de ensino a criar capital humano de qualidade? Dois terços dos votantes afirmaram que não.
Portugal tem graves problemas estruturais de aprendizagem e de qualidade educativa, índices educativos que ganham dimensão social. Numa frase, diríamos que hoje já temos escola para todos os jovens mas ainda não conseguimos que todos, mesmo os que a frequentam, aprendam na escola.
São vários os indicadores internacionais que nos alertam para este problema de eficiência do nosso sistema educativo, nomeadamente:
- No PISA, embora tenhamos melhorado, e a despesa do Estado ser semelhante aos de outros sistemas educativos, os jovens Portugueses ainda não conseguem chegar à média da OCDE nos conhecimentos básicos de matemática, ciências e literacia (aqui estamos perto);
- Estudos internacionais evidenciam que Portugal desperdiça o potencial humano dos seus alunos porque mesmo em relação aos jovens com elevado percentil de aprendizagem, a nossa escola não está a dar resposta e a utilizar o seu potencial de aprendizagem. Vejam como nas disciplinas de ciências os alunos Portugueses aprendem sempre abaixo do seu potencial de aprendizagem, agravando-se à medida que são alunos com maior capacidade de aprendizagem.
- A taxa de repetição denuncia que apenas um em cada três alunos faz a sua escolaridade sem chumbar;
- A elevada taxa de alunos que chumba de forma repetida ilustra a dificuldade de aprendizagem de muitos milhares de jovens portugueses;
- A nossa taxa de abandono escolar é de cerca de 37,1% a maior da EU e longe da média da EU.
- A escolaridade média dos portugueses 2010 é de 7,89 anos, mantemos a mesma posição relativa que ocupávamos em 1960.
Por isso, analistas internacionais caracterizam o nosso sistema educativo como produtor de cábulas e de capital humano pouco preparado para os desafios que temos de enfrentar. Veja-se o comentado artigo publicado recentemente no Finantial Times Weak Educational System Hobbles Portugal - A Nation of Dropouts Shakes Europe.
Para os intervenientes na conferência, as razões que levam a estes fracos resultados encontram-se na excessiva intervenção estatal no ensino, na partidarização do sector, sendo a escola estatal altamente ideológica.
Esta redução da função de Ministro a um Director de Escola permite a ausência de uma política educativa de longo prazo e que aposte na qualidade e não na quantidade. Uma máquina centralizadora que aposta na quantidade está a acentuar um sistema de escola bipolar, com uma cada vez maior desigualdade social. É pois urgente alterar o paradigma das políticas educativas de massificação do ensino para uma política para um sistema de qualidade sob pena de agravar o fosso social. Junto enviamos alguns trechos e um curto vídeo sobre as intervenções.
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