Faço uma incursão no território do Pedro Godinho e do seu Sempre Galiza!. Hoje, Dia das Letras Galegas, comemorando o lançamento em 17 de Maio de 1863 da primeira edição de Cantares Galegos, de Rosalía de Castro, a Real Academia Galega decidiu dedicar as comemorações de 2011 à figura e à obra do poeta Lois Pereiro.
Sem contestar a valia da obra de Lois Pereiro (que não conhecia), não posso deixar de lamentar que, por mais um ano, Ricardo Carvalho Calero tenha sido preterido. Como não recebi resposta à questão que levantei em 30 de Outubro, quando do Centenário de Ricardo Carvalho Calero, volto a colocá-la, transcrevendo alguns trechos desse artigo, em que lamentando que, ano após ano, Carvalho Calero seja posto de parte, acrescentava: «Porque é inacreditável que ainda não tenha sido escolhido. Na realidade para quem, como eu, está analisando a questão de fora, tendo apenas os dados disponíveis a toda a gente, torna-se incompreensível que a um homem como Ricardo Carvalho Calero que, inclusivamente, foi indigitado como presidente da Real Academia Galega, seja negada a homenagem que desde há dez anos lhe é proposta. Porquê?
Será que a Real Academia é real e académica, mas se esquece de ser Galega? Como pode negar dez vezes, ano após ano, a um dos filhos mais ilustres da sua Nação uma honra que obviamente merece? Defenderá a Real Academia Galega o castrapo e não, como Ricardo Carvalho Calero sempre fez, o galego puro, genuíno e provindo das mais profundas raízes da história do seu povo? Peço perdão se estou a ser injusto, sou um estrangeiro, não tenho talvez o direito de fazer a pergunta nestes termos. Quando e se me for dada uma resposta convincente, saberei pedir as devidas desculpas. Até lá, perguntarei, uma, mil, um milhão de vezes – Porquê?»
Homenageando um poeta, cujos méritos não contesto, muito mais jovem (morreu em 1996 com 38 anos, sendo de publicação póstuma uma parte substancial da sua obra), não estará a Real Academia dando-nos o recado que Carvalho Calero nunca será escolhido? Ao menos que haja a coragem de nos dizer porquê. O silêncio também será uma eloquente resposta. Eloquente, mas cobarde.
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