5.1 Ensaístas, críticos e historiadores portugueses
Os meus contatos mais diretos com os escritores portugueses que se dedicam em particular ao ensaio e à crítica começam com minha vida italiana a partir de 1963. Partindo dos centros universitários de minhas atividades novas, isto é, as Universidades de Veneza e de Pádua, alargo o campo de intercâmbio dos setores de Língua Portuguesa e de Literaturas Portuguesa e Brasileira das mesmas para diversas universidades de Portugal, principalmente aquelas nacionais de Lisboa, de Coimbra, do Porto, bem como as Católicas de Lisboa e de Braga. Para tal movimento a colaboração indispensável e preciosa é a do Instituto Camões, alargada a outras entidades culturais, como a Fundação Gulbenkian, de Lisboa. Depois da entrada de Portugal na Comunidade Européia, tais atividades tiveram uma ampliação definitiva através do Projeto Erasmus comunitário. Pude estabelecer através desses meios forte intercâmbio não só no plano pessoal, mas igualmente naquele dos contatos entre escritores e docentes portugueses e os estudantes da Universidade de Pádua, pois desde então (1964, ano triste para a história política do Brasil) eu então havia concentrado a minha atividade acadêmica na Universidade patavina. Assim nasceram muitos conhecimentos, alguns traduzidos nas dedicatórias que em seguida leremos juntos, mas igualmente com muitos outros escritores e docentes que aqui não estarão presentes diretamente, ainda que, certamente, vez em quando, recordados.
Começo a exposição dos volumes de ensaístas, críticos e historiadores portugueses com um dos maiores nomes do setor nas letras portuguesas, Óscar Lopes. Do grande professor da Universidade do Porto - Universidade com a qual sempre tive contatos através também de um outro seu docente, o estudioso da literatura brasileira, Arnaldo Saraiva -, de Óscar Lopes ficou memorável a visita por ele feita a Pádua a convite da nossa cátedra. Com a sua maestria nos estudos das matérias da literatura portuguesa, ele soube criar um sentido encontro com os jovens italianos dedicados ao conhecimento da mesma literatura. O conferencista Óscar Lopes, de grande capacidade didática na sua comunicação, se apóia no brilhante ensaísta e crítico que ele sempre foi. Qualidades essas que estão igualmente presentes no volume que ele me ofereceu na oportunidade de sua visita – Óscar Lopes, Álbum de família – Ensaios sobre Autores portugueses do Século XIX, capa de Delgado Coutinho, Editorial Caminho, Lisboa, 1984; volume que me traz a seguinte dedicatória:
“Ao Prof. Silvio Castro
grata recordação do
encontro em Pádua,
Abril 89
Óscar Lopes“
O nome de Óscar Lopes me leva naturalmente ao conhecimento que tive com o seu companheiro da História da Literatura Portuguesa, António José Saraiva, no grato encontro que vivemos na IV Reunião Internacional de Camonistas, Ponta Delgada, Açores, 11-15 de abril de 1983.
Outro ensaísta, historiador e professor universitário de minhas mais distantes relações é Alfredo Margarido. O nosso primeiro encontro se deu no já histórico I Congresso da Associação Internacional de Lusitanistas, em Poitiers, maio de 1984. Ali então tomei conhecimento de um crítico de forte personalidade, muitas vezes dominado por uma irruência que surpreendia os seus interlocutores, mas sempre agudo na expressão de suas idéias. Assim podemos vê-lo igualmente nos seus muitos escritos de história e teoria literária, como acontece com o rápido ensaio Une incursion sociologique dans le domaine de la critique textuelle a propos de L’História Trágico Marítima, Ed. da Fondatio Calouste Gulbenkian-Centre Culturel Portugais, Paris, 1986, aonde ele me escreve a dedicatória: “Para o Sílvio Castro, muito cordialmente, Alfredo Margarido“.
Vasco Graça Moura, além de realçar-se pela sua poesia e pela sua natureza de tradutor (memorável é a sua tradução do Cancioneiro de Petrarca) é um ensaísta entre os mais profundos da moderna literatura portuguesa. Camonistas de alto nível, ele concentrou muitos de seus trabalhos de investigação sobre a poesia, a figura e a obra de Camões. Exemplo significativo disso é o seu estudo, Camões e a divina proporção, ed. do Autor, Lisboa, 1985, que me traz a seguinte dedicatória: “Para o Prof. Sílvio Castro, cordial homenagem do Vasco Graça Moura Ag.85”.
O poeta, ensaísta, crítico e professor universitário, Manuel Simões, já variamente citado nas diversas partes deste meu trabalho, faz parte daquele grupo de meus amigos escritores que eu teorizei acima com os brasileiros Waldir Ribeiro do Val e José Roberto Teixeira Leite. Ele é a grande descoberta de amizade que tive a alegria de realizar na minha história européia. Um dos meus sucessores na Universidade de Veneza, sempre encontrei no docente de grande modernidade o maior apôio para muitos dos meus projetos na nossa área literária, isto num ambiente universitário de grande competitividade, como o é aquele italiano. Da nossa rica história de realizazões conjuntas, relembro aqui o Congresso Internacional “30 Anni di Portoghese a Padova e a Venezia”, Pádua e Veneza, 20/21 de abril de 1993, assim como o Congresso Internacional “La Scritturae la Voce– Studi sui gesuiti José de Anchieta e Antonio Vieira”, Pádua e Veneza, 8 – 9 e 10 de maio de 1997, e vários outros. E relembro igualmente a sua magnífica colaboração na minha História da Literatura Brasileira (Lisboa, 1999-2000). Manuel Simões sempre tem sido a minha melhor ponte de relacionamentos com o ambiente literário de Portugal. Dele tenho neste momento em minhas mãos três de seus estudos: 1) Garcia Lorca e Manuel da Fonseca – Dois poetas em confronto, Ed. Cisalpino-Goliardica, Milano, 1979, que me traz a seguinte dedicatória: “Ao amigo Silvio com a estima de Manuel Veneza, 8/2/80”.
2) Guilherme de Azevedo - A Alma Nova (intr. e notas de Manuel Simões), Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Lisboa, 1981: “Para o Sílvio, com um abraço e a amizade sincera de Manuel 26/6/82”. Do mesmo trabalho tenho um segundo exemplar, recebido de presente alguns anos depois, com uma dedicatória na qual ecoa o dito de uma canção popular brasileira:
“Para o Sílvio,
com aquele abraço.
Praia do Meco, 28/7/89”
P.S. O nome do doador salta diretamente sob a responsabilidade do mesmo. S.C.
3) O terceiro volume de Manuel Simões que tenho em mãos é um primoroso exemplo de edição crítica: Il Canzoniere di D. Pedro, Conte de Barcelos (com introduzione, note e glossario di Manuel Simões), Japadre Editore, Roma, 1991: “Para o Sílvio, com afecto Manuel Ve,14.3.92”.
De Rosa Alice Branco, que já foi largamente anotada na seção dos Poetas desta série das Dedicatórias, agora apresento um interessante ensaio, O que falta ao mundo para ser quadro, Ed. Limiar, Lisboa, 1983, que ainda de nosso encontro em Santiago de Compostela, me chega com a seguinte dedicatória:
“Março, Santiago de Compostela,
2001,
Para Sílvio Castro
este pequeno ensaio
entre a 2ª. e 3ª. Dimensão
e todas as outras que não
sabemos.
Um abraço
Rosa Alice Branco”
O ensaísta José do Carmo Francisco, também poeta e jornalista, apresenta um trabalho dos mais incomuns pelo seu tema, pois trata do desporto, em geral, na poesia portuguesa. Tendo realizado uma larga investigação entre os poetas, soube fazer uma seleção da matéria poética conforme determinada linha de caracterização das modalidade esportivas, identificando para as mesmas muito de quanto existe nos poemas dos mais diversos poetas nacionais. Tenho em mão um exemplar deste trabalho: O desporto na poesia portuguesa (pesquisa, selecção e notas de José do Carmo Francisco), capa de António Carmo, ed. do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, Lisboa, 1989; no qual volume recebo a seguinte dedicatória:
“Para Sílvio Castro,
amigo finalmente reencontrado
‘na lista entre as linhas‘
e no grande clamor dos
Estádios,
Este
O DESPORTO
na poesia portuguesa
Com um grande abraço
de amizade e admiração.
(Já em Lisboa mas com
saudades de Veneza)
Lisboa, 30.9.98
José do Carmo Francisco“
Retornemos aos trabalhos de direta natureza universitária. O campo, como dito acima, representa a maioria dos meus contatos com os prosadores portugueses. Muitos desses conhecimentos ficam aqui de fora, mas não posso deixar de relembrar os nomes de alguns deles, como Anibal Pinto de Castro, com o qual mantive um sistema ativo de cooperação por muitos anos, o que me permitiu de frequentar com gozosa repetição Coimbra e a sua Universidade. Outros nomes que não me podem ficar aqui esquecidos são o do historiador, muito ligado á história brasileira, Jorge Couto, que teve oportunidade de visitar a Universidade de Pádua e eu de seguí-lo com atenção nos seus trabalhos na direção da Biblioteca Nacional de Lisboa e na guia do Instituto Camões; mais o do ensaísta e grande pesquisador Ivo Castro, em constante labor com o infinito acervo de Fernando Pessoa; o de Fernando Martinho, mestre da crítica literária; e tantos e tantos outros nomes.
Mas, retornando ao mais direto espírito deste meu atual trabalho, trato agora de um outro ensaísta e pesquisado literário que esteve em contato com o Setor de Português da Universidade de Pádua e com o qual criei um constante relacionamento cultural: António Cirurgião. Este estudioso que frequenta as universidades de meio-mundo, além das suas análises de autores das mais diversas épocas, se notabiliza igualmente pelas suas edições de textos quase completamente esquecidos. É o caso do texto da novela pastoril do escritor barroco, João Nunes Freire, Os Campos Elísios, (edição, introdução e notas de António Cirurgião), capa de Maria João Araújo, ed. do Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Lisboa, 1996; num volume que traz a seguinte dedicatória:
“Ao Colega e Amigo
Sílvio Castro
em recordação duma visita inesquecível
à Univesidade de Pádua,
com a maior admiração e estima
19 de Março de 1996
António Cirurgião“
Com Fernando Cristóvão, ensaísta, historiador literário, linguista, brasilianista de grandes méritos, professor universitário, membro da Academia das Ciências de Lisboa, eu sempre mantive um grande processo de conhecimento. Começou quando da sua eficiente presidência do ICALP, período que coincide igualmente com a publicação ali de meu livro, Percurso sentimental de Cesário Verde - Análise semântica da obra poética -, Lisboa, 1990; bem como com a sua participação na História da Literatura Brasileira, Lisboa, 1999-2000, por mim ideada e dirigida, com uma equipe de especialistas brasileiros, portugueses e italianos, entre os quais Fernando Cristóvão. Do linguista tenho em mãos agora, Notícias e problemas da pátria Língua, 2ª. edição, aumentada, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa – Ministério da Educação e Cultura, Lisboa, 1987, num volume no qual o Autor me diz:
“Para o Prof. Sílvio Castro,
com o maior apreço e
amizade,
Portimão, 3 de Maio de 2000
Fernando Cristóvão”
O outro volume de Fernando Cristóvão que tenho em mãos com dedicatória se refere ao ensaísta e professor universitário: Método – Sugestões para a elaboração de um ensaio ou tese, Edições Colibri-Centro de Literaturas de Expressão Portuguesa da Universidade de Lisboa, Lisboa, 2001: “Para o Prof. Sílvio Castro, com um abraço amigo, Lisboa, 26 de Março de 2002 Fernando Cristóvão“
Completarei este expressivo elenco de ensaístas e críticos portugueses contemporâneos, observados a partir dos livros que tiveram a gentileza de enviar-me com dedicatórias, a partir da consideração da personalidade e da obra de dois deles: Rita Marnoto e Amadeu Torres.
A primeira ligação que tive com Rita Marnoto se realizou em particular porque ela responde pelo setor de Italiano da Universidade de Coimbra. Nas minhas visitas de intercâmbio com o setor de Literatura Portuguesa e de Literatura Brasileira da Universidade conimbrense eu tinha oportunidade de relacionar-me com outros, em particular com aquele de História (para a Revista deste setor, a Revista de História das Ideias escrevi o ensaio “Confissão e assacralidade em Fernão Mendes Pinto,“ Coimbra, 1986), e com o Departamento dirigido pela Prof.a Rita Marnoto. Mais tarde ela se faz também diretora editorial do Instituto italiano de Cultura de Lisboa, tornando-se responsável pela saída da Revista do mesmo Instituto. Então eu, que já anteriormente colaborara com outros diretores da Revista (veja-se o meu ensaio no seu n. 51/52/53, de 1990: “1940-1990: 50 anos de presença da poesia portuguesa na Itália“), afirmei minha participação com a mesma numa mais direta intensidade. Para a gestão da direção de Rita Marnoto escrevi o ensaio, “Leopardi e Fernando Pessoa: projeto e antiprojeto do ‘Livro Único‘ no Zibaldone e no Livro do Desassossego”, in Revista do Instituto Italiano de Cultura, n. 4, Lisboa, dezembro de 2009.
Rita Marnoto se notabilizou no ensaísmo universitário português com a sua tese sobre o Petrarquismo português, com a qual conquistou o título de doutor em Literatura Portuguesa, no ano de 1994. O magnífico trabalho foi depois coroado com a publicação em livro: Rita Marnoto, O Petrarquismo português do Renascimento e do Maneirismo, Por Ordem da Universidade, Coimbra, 1997. Deste trabalho tenho um exemplar, com a seguinte dedicatória autógrafa da autora: “Coimbra, 26 – Abril – 99 Para o Prof. Sílvio Castro, O PETRARQUISMO PORTUGUÊS DO RENASCIMENTO E DO MANEIRISMO, com estima e admiração, Rita Marnoto“.
Um outro trabalho da professsora de italiano de Coimbra que tenho comigo se refere sempre à sua maior especialidade, A Vita Nova de Dante Alighieri – Deus, o Amor e a Palavra, capa de Ricardo Moita, Edições Colibri-Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Lisboa-Coimbra, 2001. Num exemplar desta erudita análise de uma outra obra-prima de Dante, a Autora me envia a seguinte dedicatória:
“11 – 6 – 2002
Para o amigo Sílvio Castro,
recordação de um encontro
em Coimbra, com estima
e amizade,
Rita Marnoto
Conheci o poeta (já tratado neste presente trabalho na seção Poesia), ensaísta e linguista Amadeu Torres, professor da Universidade Católica de Braga, no IV Encontro Internacional de Camonista, nos Açores, em 1984. Em seguida tivemos oportunidade de rever-nos no V Encontro, o de São Paulo. Logo depois começo a minha intensa frequentação da Universidade Católica Portuguesa de Braga, e o relacionamento com o preclaro Prof. Amadeu Torres se afirma definitivamente. Um dos momentos culminantes de minha presença em Braga se dá com o Congresso Internacional “Damião de Góis na Europa do Renascimento“, de 2003. Logo em seguida, a convite de Amadeu Torres, tenho a honra de passar a integrar o Conselho Científico da Revista Portuguesa de Humanidades, órgão da Faculdade de Filosofia da Univ. Católica Portuguesa de Braga, para a qual tenho escrito muitos dos meus ensaios, entre os quais aquele para o seu N° especial pelo 10° ano da Revista: “Modernismo, a questão filosófica da modernidade e o Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa”, Braga, 2007).
Da vasta obra em prosa de Amadeu Torres – da qual e da obra em geral do poeta tenho, em mãos, com dedicatória do autor bibliografado, um rico Elenco Bibliográfico Geral, publicado em ocasião do Colóquio Internacional de Homenagem GRAMÁTICA E HUMANISMO promovido pelo Centro de Estudos Humanísticos da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa (Braga, 20-22 de Abril de 2005).
Da larga produção em prosa de Amadeu Torres tenho comigo vários exemplos. Começo com a consideração daquele volume que trabalha sobre um de seus temas mais gratos, Damião de Góis. Trata-se do vol. I (tenho igualmente o vol. II) da Noese e Crise na Epistologia Latina Goisiana – As Cartas Latinas de Damião de Góis (introdução, texto crítico e versão de Amadeu Torres), pref. de José V. de Pina Martins, Fundação Calouste Gulbenkian-Centro Cultural Português, Paris, 1982 (volume sobre o qual escrevi a resenha crítica, “Damião de Góis latinista”, in Rassegna Iberistica, n. 25, Venezia, agosto 1986). No mesmo volume tenho a seguinte dedicatória:
“Ao Prof. Doutor Sílvio Castro
- em homenagem de especial
consideração e subido apreço,
e em recordação do
nosso magnífico encontro
nos Açores.
Amadeu Torres“
Outro exemplo da sabedoria de Amadeu Torres é a edição fac-similada, para a qual ele fez os comentários e notas, da obra de Jerónimo Soares Barbosa, Gramática Filosófica da Língua Portuguesa (1822), pref. de José V. de Pina Martins, edição da Academia das Ciências de Lisboa, Lisboa, 2004:
“Ao Prof. Doutor Sílvio Castro,
consagrado Literato e Humanista,
com o grande abraço
do
Amadeu Torres
Páscoa de 2004“
Do mesmo trabalho tenho uma outra edição, esta pelas Publicações da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa, Braga, 2005, com uma, como sempre, outra muito gentil dedicatória do erudito Editor:
“Ao sábio Amigo e Homem de Letras, Prof. Doutor Sílvio Castro,
e a sua multiforme obra literária e científica
- homenagem grata do maior apreço
e consideração
do
Amadeu Torres
Braga e Colóquio Intern.
20-22.04.05“
O meu conhecimento e relacionamento com os ensaístas e críticos portugueses hoje se é alargado com a minha comparticipação com as atividades do blog destinado aos 8 Países componentes da Comunidade Internacional dos Países de Expressão Portuguesa, com sede em Lisboa, http://estrolabio.blogs.sapo.pt , com toda a sua equipe de colaboradores estáveis, e em particular a partir do trabalho com pessoas como Manuel Simões, Carlos Loures, João Machado e Luís Moreira.
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