Quarta-feira, 11 de Maio de 2011

DEDICATÓRIAS – Prosadores brasileiros: ensaístas, críticos, historiadores etc, etc. - 4, por Sílvio Castro

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTE  III – Ensaístas, críticos, historiadores

 

 

                   Ao começar esta nova Parte, retomo em mãos volumes para mim dedicados por outros escritores que encheram de emoções o meu início de atividades literárias. Começo por M. Cavalcanti Proença, o grande crítico e erudito que abordou diversos temas da literatura brasileira e muitos de seus autores mais salientes, em particular Castro Alves, Augusto dos Anjos e Guimarães Rosa. O Mestre Cavalcanti Proença foi igualmente uma das guias para a melhor compreensão da constante evolução da língua portuguesa no Brasil, contribuindo para isso com muitos trabalhos de marcada erudição. Dele tenho dois volumes com dedicatórias: M. Cavalcanti Proença, Augusto dos Anjos e outros ensaios, Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1959:

 

                                                                  “A Silvio Castro,

muito cordialmente,

 

Proença

 

Rio – XII - 59“

 

O outro é um dos volumes da preciosa Coleção Nossos Clássicos: Mário de Andrade – Ficção, Nossos Clássicos vol. 50 (Org. de M. Cavalcanti Proença), Livraria AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1960:

 

                                                                  “A Silvio Castro,

lembrança afetuosa

do

Proença

 

21- X – 60

 

Já que estamos tratando da histórica coleção da AGIR, continuemos com outros exemplos dela. Começo com uma edição de trechos da obra de um dos romancistas modernistas que mais interessam às minhas pesquisa literárias, apresentado por um dos grandes movimentadores da cena literária brasileira contemporânea: António de Alcântara Machado, Coleção Nossos Clássicos, vol. 57 (Organização de Francisco de Assis Barbosa), Livraria AGIR Editora, Rio de Janeiro, 1961, volume no qual o organizador me envia a seguinte dedicatória:

 

                                                                  “Ao Sylvio Castro – es-

perando desta vez fi-

gurar no Anuario  -

 

Chico Barbosa

 

Rio  1961“

 

                   O terceiro exemplo dos Nossos Clássicos vem de um dos ensaístas brasileiros dos anos 50 e 60 autor de uma obra de grande interesse, ainda que de número de publicações não muito alto. Trata-se de Herman Lima, teórico literário e bom comentador de textos. Assim acontece com o seu Domingos Olímpio (romance), Col. Nossos Clássicos, vol. 61 (Org. de Herman Lima), Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1961:

 

                                                                  “Para Silvio Castro,

                                                                  cordialmente,

                                                                  seu am° e ad.or

 

                                                                           Herman Lima

                                                                  Rio

                                                                  ___

                                                                  14

                                                                  ___

                                                                  11

                                                                  ___

                                                                  61   “

 

                     O último exemplar da bela Coleção que tenho em mãos vem da escritora Amália Costa que com ele e com seus trechos escolhidos nos leva a um outro plano literário, o do teatro: Martins Pena (Comédias), Col. Nossos Clássicos, vol. 56 (Org. de Amália Costa), Liv. AGIR Edit., Rio de Janeiro, 1961; volume que me traz a seguinte dedicatória da organizadora:

 

                                                        “Ao eminente crítico literário

Dr. Sílvio Castro,

homenagem da Autora.

 

Rio, 9-61

 

Amália Costa“

 

Ferreira Gullar e Haroldo de Campos são dois dos mais importantes nomes não somente da Geração de 56, mas igualmente de todo o movimento literário brasileiro contemporâneo. Além de poetas e teóricos da poesia, os dois possuem igualmente marcante obra ensaística e de crítica literária. Depois de tê-los apresentados com o destaque que merecem na parte referente aos poetas neste meu presente trabalho, agora o faço no plano do ensaio. Ferreira Gullar, como já afirmado em certo ponto acima, exercita uma efetiva atividade de crítico de arte. Como acontece com a sua obra em geral, também nesta angulação ele tem sabido contribuir ao melhor desenvolvimento do conceito de modernidade reinante na cultura brasileira contemporânea. Demonstração eficaz disto é o volume que dele tenho agora em mãos, Argumentação contra a morte da arte, 2ª. ed., capa de Ricardo Gosi, Editora Revan, Rio de Janeiro, 1993; no qual volume o autor me endereça a seguinte dedicatória:

 

                                                                  “Para o Sílvio,

                                                                  com o abraço

                                                                  do amigo

 

                                                                           Ferreira Gullar

 

                                                                                             1993”

 

                   Haroldo de Campos recobriu por longa parte de sua vida um lugar de relevo na vida cultural brasileira. Começando pela poesia, continuando pelas pesquisas vanguardistas, e continuando com estudos, ensaios e críticas, com as traduções de poesia, ele soube sempre apresentar-se como um fator de constante inovação. Do poeta já tratamos, agora consideramos outros ângulos do teórico maior do Movimento da Poesia Concreta. Começo com o volume de traduções de poemas de poetas dos séculos XII a XVII, obra realizada a quatro mãos com o seu irmão, o poeta e ensaísta Augusto de Campos, com o qual fez inúmeros trabalhos de reconhecida importância: No volume que logo apresentarei, os dois irmãos Campos focalizam diretamente do material indispensável os ângulos mais importantes segundo uma pessoal problemática da teoria da tradução, por ambos brilhantemente definida: Augusto e Haroldo de Campos, Traduzir & Trovar (poetas dos séculos XII a XVII), capa de Fayvel Hochmann, Edições Papirus (São Paulo), 1968; no qual volume Haroldo de Campos me faz a dedicatória que segue:

 

                                                                  “Ao Amigo poeta –

professor Silvio Castro,

com o abraço do paulista-paulistano-

brasiliano-italiano (in cuore)

 

Haroldo de Campos

 

Venezia – luglio 97“

 

Haroldo de Campos não redescobriu ou revalorizou somente Sousândrade e seus geniais poemas, mas soube debruçar-se sobre outros autores que enriquecem a memória brasileira. Entre esses está José Elói Ottoni, O Livro de Jó, capa e desenhos de Orlando Marcucci, Estudo introdutório e fixação do texto por Haroldo de Campos, Edições Loyola, São Paulo, 1992: “Ao Sílvio Castro,    esta reedição do esquecido e apreciável Elói Ottoni.   Com a amizade do Haroldo de Campos    SPaulo, 97“.

 

Para termos uma visão ampla do ensaísta Haroldo de Campos é indispensável a leitura de: O Arco-íris branco (Ensaios de literatura e cultura), capa de Sílvia Ribeiro, Editora Imago, São Paulo, 1997 – “Para Silvio Castro,    esta lembrança    de amizade,    para festejar nosso reencontro   em São Paulo    em 3.09.97     Com o abraço do   Haroldo de Campos“.

 

Termino este capítulo dedicado ao ensaísta Haroldo de Campos tomando nas minhas mãos um pequeno livro de grande beleza gráfica, volume que pode estar aqui, mas também poderia caber em qualquer das outras seções deste meu trabalho. Trata-se de um livrinho que junta poesia, tradução, ensaísmo, teoria literária, pintura, catálogo de arte, editoração: Il Paradiso, Aguilar/Haroldo de Campos, Subsdistrito Comercial de Arte, São Paulo, junho-julho 1989; no qual Haroldo de Campos me diz:

 

 

                                                        “Ao Silvio,

esta lembrança pictográfico –

poético – paradisíaca do

 

Haroldo de Campos

 

S Paulo

97“

 

 

Agora vou tratar de um grupo de ensaístas, críticos e estudiosos muito ativos no cenário maior da literatura brasileira contemporânea. Gilberto Mendonça Teles, Assis Brasil, Fernando Py, Pedro Lyra, Fábio Lucas, João Alexandre Barbosa, Silviano Santiago que, partindo do grande eixo Rio-São Paulo-Belo Horizonte, através de suas respectivas pesquisas e análises críticas, movimentam a vida cultural do país.

 

Gilberto Mendonça Teles, poeta e docente universitário de literatura, é um pesquisador incansável e um crítico de relevo. Nele encontra-se com grande evidência aquela máxima de T. S. Eliot que via na personalidade de um poeta o ideal para a aparição de um crítico. A versatilidade é igualmente uma outra sua qualidade e característica, pois passa da análise da literatura brasileira aos temas e autores daquela portuguesa, às indagações próprias da literatura comparada. Dele tenho em mãos quatro volumes, dos quais farei em seguida a exposição, como quase sempre, pela ordem cronológica das edições: 1) Principio com um exemplo de literatura comparada – Camões e a Poesia brasileira, 2ª. ed., Ed. Quiron-INL, São Paulo-Brasília, 1976:

 

                                                        “A Sílvio Castro,

companheiro de

pesquisas do Modernismo

brasileiro, este livro

sobre o moderníssimo

Camões,

afetuosamente,

 

Gilberto Mendonça Teles

 

Rio, 25/10/76“

 

2) Retórica do silêncio – I  (Teoria e prática do texto literário), 2ª. ed.,  Liv. José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1989: “Ao Sílvio Castro,    nesta bela tarde   de 1/4/89, que   é verdadeira,    o abraço do     Gilberto Mendonça Teles    Rio, 1/4/89“

 

3) A Crítica e o romance de 30 do Nordeste, Editora Atheneu Cultura, Rio de Janeiro, 1990: “Ao Sílvio,   com o abraço    afetuoso do    Gilberto    Rio, 19.2.91“

 

4) A Escrituração da Escrita (teoria e prática do texto literário), Ed. Vozes, Petrópolis, 1996:

 

                                                        “Ao meu caro Sílvio,

o abraço amigo do

 

Gilberto

Rio, 1.5.96“

 

                   Assis Brasil é uma das figuras mais complexas e múltiplas da literatura brasileira contemporânea. Inicialmente consagrado ao jornalismo literário, teve grande atuação em suplementos literários que marcaram o ambiente cultural do Brasil por diversas décadas, principalmente aquele do Jornal do Brasil. Então se aplicava não somente a estudar autores brasileiros, mas igualmente alguns dos maiores estrangeiros. Dessas suas atenções se destacam aquelas voltadas para romancistas modernos estadunidenses, em modo especial William Faulkner. A partir dessas atividades jornalística-literárias, o passo mais profundo para a crítica literária foi imediato. Além de sua seção habitual de crítica no Jornal de Letras e colaborações com outras publicações, como o Anuário da Literatura Brasileira, Assis Brasil principiou a produzir seus volumes ligados ao gênero. Porém, não pára aqui, pois logo nasce o romancista que alcança sucesso, em particular com seus romances históricos. Em seguida, a organização de antologias de poesia e a realização de louvável Dicionário de Autores Brasileiros. Da multiplicidade de atividades de Assis Brasil já demos amostras no setor dos ficcionistas, agora ele retorna aqui, entre os ensaístas e críticos. Dele tenho em mãos neste momento o seu volume de artigos e ensaios, A técnica da ficção moderna, Editora Nórdica-INL, Rio de Janeiro-Brasília, 1982, no qual leio a seguinte dedicatória:

 

                                                                  “Para    Silvio Castro,

com a velha admiração

e amizade do

 

Assis Brasil,

 

Rio, 82“

 

 Outro ativista literário, ainda que de natureza mais tranquila quanto aquela de Assis Brasil, é Fernando Py. Poeta, ensaísta, pesquisador literário, a sua frequentação dos suplementos literários é mais circunstancial, preferindo a continuidade serena de sua coluna de comentários sobre autores e livros do jornal de sua cidade serrana, Petrópolis, RJ.  Do poeta já falamos, como devido, acima; ao ensaísta e pesquisador dedicamos as anotações que seguem. Um dos trabalhos mais salientes de Fernando Py é a pesquisa que realizou para levantar a bibliografia, uma das mais metódicas, de Carlos Drummond de Andrade. Depois de uma primeira edição preparatória, na qual mencionou a atenção que eu lhe dava então pelo seu importante trabalho, sai uma nova edição da sua Bibliografia comentada de Carlos Drummond de Andrade (1918-1934), 2ª. ed., revista e aumentada, Edições Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro, 2002. Neste volume ele me manda a seguinte dedicatória:

 

                                                        “PARA meu caro Sílvio, esta reedição ampliada,

com todo o carinho e a simpa-

de seu

 

                  Fernando Py

 

         Petrópolis, out.

                           2003”

 

Do ensaísta e articulista tenho outro volume: Escritores goianos (1985-2005), Editora Kelps, Goânia, 2007: “Ao caríssimo Sílvio,    amigo de longa data,    este “escritores goianos” e outros nem tanto    , com o abraço muito     afetuoso do    Fernando Py   Petrópolis,    2008“

 

Pedro Lyra é um outro caso, quase fatal, de poeta também crítico. O seu sistema de ensaísmo crítico traduz igualmente a sua formação universitária, apresentando-se como um analista de boa metodologia e alta visão dos temas tratados. Assim em Literatura e ideologia (Ensaios de sociologia da arte), pref. de Eduardo Portella, Editora Vozes, Petrópolis, 1979; no qual volume ele me dedica as seguintes palavras:

 

                                                        “Ao

Silvio Castro,

esperando a repetição destes

encontros, - para mim sempre

provocantes,

com a amizade/admiração

do colega

Pedro Lyra

Rio – 80/13-10“

 

O outro volume do crítico cearense que desejo dar ênfase é a sua recolha de artigos sobre autores e livros, de importância pela impostação teórica assumida sempre pelo autor: Pedro Lyra, O Real no poético (Textos de jornalismo literário), Nórdica-INL, Rio de Janeiro-Brasília, 1980:

 

                                                        “Ao

Sílvio Castro

 

contente por ter um livro seu

valorizando meu espaço nestas páginas,

com um abraço do colega

 

Pedro Lyra

                  Rio, 80/23-10

 

Os trabalhos do ensaísta e crítico mineiro de origem e paulistano de adoção, Fábio Lucas, se apresentam sempre sob um misto de severidade metodológica e serenidade de escritura. O resultado final é uma das literaturas críticas mais interessantes presentes nos quadros dos estudos literários brasileiros da segunda parte do século XX e no início fortemente ativo deste novo. Fábio Lucas é sempre uma presença no ensaísmo brasileiro, pois lhe aumenta continuadamente as melhores dimensões culturais. Do colaborador igualmente da minha História da Literatura Brasileira (1999-2000) tenho comigo três volumes: 1) Crepúsculo dos Símbolos (reflexões sobre o livro no Brasil), Ed. Pontes, Campinas (SP), 1989:  “Para Silvio Castro,    com toda a     estima e admiração, o    Fábio Lucas“;

 

2) A ficção de Fernando Sabino e Autran Dourado, Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 1983: “A Silvio Castro,     com amizade e estima o    Fábio Lucas“;

 

3) Crítica sem dogma, Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 1983, que me contempla com a dedicatória:

 

                                                        “A  Sílvio Castro,

com toda a

estima e admiração, o

 

Fábio Lucas“

 

                   Uma das presenças marcantes da literatura brasileira contemporânea é o ficcionista, ensaísta e professor universitário Silviano Santiago. A sua atividade no ensaio literário lhe tem permitido vasta atividade, não só nacional, mas igualmente no plano internacional. Por isso mesmo o alto critério de seus conceitos críticos o tem levado a participar de muitas comissões de prêmios literários, nas quais projeta eficazmente sua sólida formação cultural e capacidade de persuasão como, por exemplo, se verificou no maior prêmio para a poesia do USA, concedido a João Cabral de Melo Neto. De Silviano Santiago tenho nesse momento em minhas considerações seu livro de ensaio, Nas malhas da letra, capa Ettore Bottini, Companhia das Letras, São Paulo, 1989, no qual ele me dedica o volume com as palavras que seguem:

 

                                                        “Ao Prof. Sílvio Castro,

por ocasião da sua

visita,

com o abraço

do colega e admirador,

 

Silviano Santiago,

março 89“

 

                   Outro ensaísta e crítico ligado à vida universitária é o paulista, de brilhante produção e capacidade de pesquisa, João Alexandre Barbosa. Para bem caracterizá-lo podemos recordar o que dele escreveu Haroldo de Campos: “É um crítico-perseguidor (para usar à rebours a metáfora cortazariana). Um indispensável (e inquietante) parceiro de jogo“. Isso podemos constatar em João Alexandre Barbosa, A leitura do intervalo (ensaios de crítica), capa de Marcelo Girard, Iluminuras-Secreteria de Estado da Cultura de São Paulo, São Paulo, 1990; do qual tenho em mãos um exemplar que me traz a seguinte dedicatória:

 

                                                        “Ao

prezado Colega Sílvio CASTRO, com os

cumprimentos e a amizade de

 

João Alexardre Barbosa

 

SP. Set.90.“

 

publicado por João Machado às 21:00
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