Domingo, 8 de Maio de 2011

E VAI UM... A en Joquim Vilà, company, amic, germà - Josep Anton Vidal

 

Josep Anton Vidal  A en Joquim Vilà, company, amic, germà

 (versão em português de Carlos Loures)

 

(ilustração de José Magalhães)

 

 

 

Ce toit tranquille, où marchent des colombes...

[...]

Éloignes-en les prudentes colombes,

les songes vains, les anges curieux!”

 

Paul VALÉRY: Le Cimetière marin

 

 

 

Mentre el dia s’adorm –potser per sempre–

en la llum taciturna de la tarda,

d’aquest teulat tranquil, d’on els coloms s’envolen,

l’aire s’endú les cendres

fredes d’un somni antic.

 

Havíem parlat tant... De tantes coses...

 

Veníem del silenci, de la nit,

de llargues travessies per ermots dessolats,

i dúiem el sarró ple d’esperances,

de paraules inèdites, de somnis no estrenats.

 

Als peus de l’olivera centenària

llegíem els poetes que estimàvem

i parlàvem de tot, hores i hores,

com augurs d’un temps nou, guerrers a la conquesta

de somnis i utopies, armats amb la paraula.

 

Tot era nou i bell en la nostra mirada,

fins els mots i els accents dels versos més antics.

I era tanta la nit,

que amb una espurna ens fèiem una albada.

 

Delerós de camins impossibles,

vas marxar a la impensada...

 

Em van quedar tantes coses per dir-te

i eren tantes les coses que m’havies de dir...!

 

Porto pols de paraules enganxada a la pell,

als nervis, a la sang, al pensament.

Se m’han mort les paraules de no dir-te-les.

 

Tot ha passat. És pols.

Ja ni el record serveix.

 

D’aquest teulat tranquil d’on els coloms s’envolen

s’aixequen somnis nous.

Tu no els veuràs

i potser jo tampoc. Ara, però, la tarda,

amb la claror serena del ponent

ressuscita un moment les paraules perdudes

i em retorna els accents de la vella conversa

barrejats amb els versos d’algun poeta amic...

 

Cerco la teva veu i sento un batec d’ales...

No saps què donaria perquè fossis aquí!

 

_______________

 

Enquanto o dia adormece - talvez para sempre,

no taciturno fulgor do entardecer,

deste telhado tranquilo de onde os pombos levantam voo,

o ar arrasta as cinzas

frias de um sonho antigo.

 

Tínhamos falado tanto... de tantas coisas...

 

Vínhamos do silêncio, da noite...

de longas travessias por desolados ermos

e levávamos o bornal carregado de esperanças,

de palavras inéditas, de sonhos por estrear.

 

Aos pés da oliveira centenária

líamos os poetas que amávamos

e falávamos de tudo, horas e horas,

como augures de um tempo novo, guerreiros à conquista

de sonhos e utopias, armados de palavras.

 

Tudo era novo e belo ao nosso olhar,

até mesmo as palavras e o ritmo dos versos antigos.

E era tanta a noite,

que apenas com uma chispa

inventávamos a alvorada.

 

Ansioso por caminhos impossíveis,

partiste sem avisar.

 

Ficaram-me tantas coisas por dizer-te

e tantas eram as coisas que tinhas para me dizer…

 

Trago a poeira das palavras colada à pele,

aos nervos, ao sangue, ao pensamento.

Morreram-me as palavras por não tas dizer.

Tudo passou. É pó.

Já nem a recordação serve.

 

Deste telhado tranquilo de onde os pombos levantam voo,

esvoaçam sonhos novos. Tu já não os verás,

talvez nem eu… Mas a tarde, agora,

com a serena claridade do poente

ressuscita por momentos as palavras perdidas

e devolve-me o eco da conversa antiga

misturado com os versos de algum poeta querido…

 

Procuro a tua voz e oiço um ruflar de asas…

Não sabes o que daria para que aqui estivesses.

 

 

publicado por Augusta Clara às 15:00
link | favorito

.Páginas

Página inicial
Editorial

.Carta aberta de Júlio Marques Mota aos líderes parlamentares

Carta aberta

.Dia de Lisboa - 24 horas inteiramente dedicadas à cidade de Lisboa

Dia de Lisboa

.Contacte-nos

estrolabio(at)gmail.com

.últ. comentários

Transcrevi este artigo n'A Viagem dos Argonautas, ...
Sou natural duma aldeia muito perto de sta Maria d...
tudo treta...nem cristovao,nem europeu nenhum desc...
Boa tarde Marcos CruzQuantos números foram editado...
Conheci hackers profissionais além da imaginação h...
Conheci hackers profissionais além da imaginação h...
Esses grupos de CYBER GURUS ajudaram minha família...
Esses grupos de CYBER GURUS ajudaram minha família...
Eles são um conjunto sofisticado e irrestrito de h...
Esse grupo de gurus cibernéticos ajudou minha famí...

.Livros


sugestão: revista arqa #84/85

.arquivos

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

.links