in Todos Somos Portugal

Nunca foi um jogador mediático dada o seu evidente low-profile. Desde miúdo, dos seus tempos do Boavista, que demonstrava uma qualidade muito acima de média naquele seu jeito meio desengonçado mas de enorme qualidade técnica. Lembro-me perfeitamente que num Torneio da Madeira Sub/20 com votação dos técnicos presentes e da organização, ter sido eleito o melhor jogador do torneio. Nos últimos tempos no FC Porto, com Jesualdo Ferreira, o seu valor era com alguma frequência posto em causa e sempre que havia substituição lá ia o bom do Raul para o banho mais cedo sem que se compreendesse muito bem porquê. O Liverpool porém estava atento e cedo viu que estava ali alguém com imensas qualidades para colocar o seu meio-campo num nível superior, como os adeptos ingleses agora comprovaram elegendo-o como o melhor jogador da liga, prémio conceituado e muito prestigiado. Na Selecção Nacional, nos últimos tempos, com Moutinho e Carlos Martins, tem formado um dos melhores trios de centro-campistas de sempre, com menos nome dos anteriores, menos mediáticos, mas com qualidade para dar e vender. Em 2012 confirmar-se-á o que digo.
Como funcionam os Fundos de jogadores?
Só a partir do ano de 2001 e mais tarde depois do caso Tevez, o mundo do futebol ganhou consciência da existência dos fundos de investimento de jogadores.
O processo é simples, um grupo de empresários compra determinada percentagem dos direitos económicos de um ou vários jogadores, para mais tarde beneficiar em percentagem igual, a quando da transferência do(s) jogadore(s) para outro clube, naturalmente por valores superiores aos da aquisição.
É com esta intenção que o antigo director desportivo do Chelsea Peter Kenyon, actualmente na CAA Sports International, juntamente com o agente FIFA Português Jorge Mendes, proprietário da Gestifute, uma das maiores agências de jogadores, decidiram criar a Quality Sports Investments LP Fund.
Funcionamento do Quality Sports Investments LP Fund:
O Fundo procura pelo menos 15 empresários Americanos, Europeus e/ou do Médio Oriente, interessados em investir um mínimo de 1,1 milhões de Euros cada.
A intenção do Fundo é a de adquirir percentagens de direitos económicos de jogadores, a clubes com experiência e resultados na formação de jovens talentos, e partilhar os dividendos das futuras transferências com os seus investidores.
Os jogadores transferidos terão como principal destino grandes clubes Europeus de Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França.
Naturalmente que com a experiência de Jorge Mendes e Peter Kenyon, o Quality Sports Investments LP Fund, tem tudo para se tornar num dos fundos de investimento desportivos com maior sucesso, não fosse o agente FIFA responsável pelas transferências de Cristiano Ronaldo, Nani, Ricardo Carvalho, Di Maria, Quaresma, etc… para alguns dos maiores clubes europeus.
In: Football Finance
Este é um texto do Football Finance que ilustra bem o poder empresarial que rodeia o futebol de hoje que obviamente não comento. O que mais me preocupa é se os Fundos, este e outros, dominam os jogadores, inevitavelmente alguns treinadores, por consequência alguns dirigentes, qual a margem de manobra de liberdade para todos, especialmente para os clubes que me parecem seriamente condicionados na sua margem de decisão?