Segunda-feira, 25 de Abril de 2011

25 de Abril - 11

Dia 25 de Abril

 

Almirante Gago Coutinho era o nome da fragata integrada nas forças da NATO cuja tripulação, a 25 de Abril de 1974, se destacou por recusar disparar sobre os tanques do exército situados no Terreiro do Paço, em Lisboa, contrariando as ordens do Estado-Maior da Armada.

 

09:00 - A fragata Almirante Gago Coutinho fundeou em frente ao Terreiro do Paço, ameaçando as forças de Salgueiro Maia. A artilharia do MFA, colocada no Cristo-Rei, tinha ordens  para afundar a fragata caso esta abrisse fogo.

 

 

 

TROVA DO MÊS DE ABRIL  Manuel Alegre (1936)

 

 

Foram dias foram anos a esperar por um só dia.
Alegrias. Desenganos. Foi o tempo que doía
com seus riscos e seus danos. Foi a noite e foi o dia
na esperança de um só dia.

Foram batalhas perdidas. Foram derrotas vitórias.
Foi a vida (foram vidas). Foi a História (foram histórias)
mil encontros despedidas. Foram vidas (foi a vida)
por um só dia vivida.

Foi o tempo que passava como se nunca passasse.
E uma flauta que cantava como se a noite rasgasse
toda a vida e uma palavra: liberdade que vivia
na esperança de um só dia.

Musa minha vem dizer o que nunca então se disse
esse morrer de viver por um dia em que se visse
um só dia e então morrer. Musa minha que tecias
um só dia dos teus dias.

Vem dizer o puro exemplo dos que nunca se cansaram
musa minha onde contemplo os dias que se passaram
sem nunca passar o tempo. Nesse tempo em que daria
a vida por um só dia.

Já muitas águas correram já muitos rios secaram
batalhas que se perderam batalhas que se ganharam.
Só os dias não morreram em que era tão curta a vida
por um só dia vivida.

E as quatro estações rolaram com seus ritmos e seus ritos.
Ventos do Norte levaram festas jogos brincos ditos.
E as chamas não se apagaram. Que na ideia a lenha ardia
toda a vida por um dia.

Fogos-fátuos cinza fria. Musa minha que cantavas
a canção que se vestia com bandeiras nas palavras.
Armas que o tempo tecia. Minha vida toda a vida
por um só dia vivida.

 

 

 


(in Atlântico, Lisboa, 1981 e  Poemabril, 2ª edição , Coimbra, 1994)

 

publicado por Augusta Clara às 09:00
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