Já aqui vos tenho falado da sensação de volúpia com que pessoas pertencentes às gerações mais antigas, folheiam o livro, aspiram o odor da tinta, apreciam a textura e
a gramagem do papel…É uma relação afectiva, mas é geracional. As novas gerações estarão preparadas para acolher novos suportes de leitura. sem preconceitos - mas
é preciso que esses novos suportes existam. Tudo o que até hoje apareceu não substitui o livro impresso. Umberto Eco afirma que o livro é uma daquelas invenções consolidadas que, como a roda, como a colher, como o machado, nunca serão substituídas.
Muitas vezes tem sido anunciada a morte do livro como hoje o conhecemos – lembro-me de uma dessas primeiras ameaças – Foi em 1988 que comprei o texto gravado de O Delfim, de José Cardoso Pires, lido pelo actor Luís Lucas (com a vantagem de poder ser apreciado por invisuais). Ainda tenho essa edição em quatro cassetes. O que não tenho é um leitor onde as cassetes possam ser lidas. Começaram depois a aparecer edições em cassetes de vídeo, primeiro no standard Beta e depois no VHS. Também já não tenho leitores nem para uma coisa nem para outra.
Agora é o Kindle, havendo autores americanos que, como Dan Brown, começaram a lançar as suas obras simultaneamente em versão impressa e em versão electrónica, no formato e-book. Até quando poderão estes novos «livros» ser consultados? As novas tecnologias vão destronando as menos novas e não aparece uma invenção consolidada, como diz Eco.
A verdade é que enquanto estas invenções se vão sucedendo e mutuamente neutralizando,
se tivermos conhecimentos de paleografia, podemos ler um incunábulo com quinhentos
anos ou um códice com mil. Não apareceu ainda invenção que destrone o velho livro. Lê-lo depende do nosso saber e não de qualquer equipamento que poderá ficar obsoleto um ano depois de ter aparecido no mercado.
No entanto, o livro electrónico parece estar a pegar – não irá destronar o livro impresso, mas pode criar uma linha de evolução paralela – desde que os computadores do futuro (que já não se chamarão assim) permitam ler a informação produzida hoje em dia.
É um fenómeno a seguir com atenção.
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