Tivemos uma execução extraordinária do orçamento em Jan e Fevereiro de tal monta que se conseguiu um saldo positivo de +- 843 milhões de euros. Fanfarras, os jornalistas como sempre não fazem o trabalho de casa, abertura de telejornais, levam "urbi e orbi" a boa nova.
Acontece que a notícia não aguenta uma semana, basta que saiam os números e qualquer um que saiba o mínimo destas coisas dá pela tramóia.
Se dividirmos o total de juros a pagar este ano por doze (12) meses dá um número igual para todos os meses, é assim que manda fazer a boa prática contabilistica, em qualquer empresa privada é assim que se faz, as chamadas "dotações" mensais. Não há lugar para festejos nem para depressões, o resultado mensal é o que resultar das receitas e das despesas efectivamente imputáveis a cada um dos meses.
Por exemplo em Abril, vai haver um pico de pagamento de juros de grande montante, a ser como o governo nos vende íriamos entrar em bancarrota, ter um prejuízo enorme em Abril, o que também não é verdade pois o que acontece é que Abril só é pior que os outros meses por ser o mês de vencimento de grande número de empréstimos, em Junho abranda esse esforço e tornaremos, seguindo a forma processual governativa, a estar com uma execução orçamental fenomenal.
Isto é de tal forma básico que custa a compreender como é que em Bruxelas o governo consegue esclarecer,e isto explica tambem porque é que estiveram cá dois técnicos da UE e , mal chegaram a Bruxelas logo disseram que tinham encontrado mais um buraco e, explica também, os PEC que são sempre suficientes mas, passados dois meses aí vem outro, mais injusto que o anterior.
Não se quer ver, mas a verdade é que apesar dos "extraordinários êxitos" governativos os juros não deixam de crescer, porque os mercados não andam a "ver navios", bem pelo contrário, têm Portugal debaixo de olho e sabem muito bem porquê. Os juros estão ao nível dos da Grécia e da Irlanda, todos os outros países já têm a economia a crescer, a própria Espanha já está a descolar mas nós, "os maiores", estamos a caminhar alegremente para a pobreza.
E a conta é muito fácil de fazer, o total dos juros /ano é de, grosso modo, 7 000 milhões o que a dividir por 12 dá cerca de 580 milhões/mês de juros. Ora o montante de juros que aparece na execução de Fevereiro é de , salvo erro, 135 milhões de euros (perto deste montante). Junte-se-lhe o acréscimo do IVA e temos aí os tais 840 milhões! Grande feito, extraordinário, mesmo!
De mentira em mentira até à vergonha final, é isto que esse pobre homem a quem o destino reservou esta armadilha, nos está a oferecer. Cavaco Silva tem muita culpa no cartório, pois se recusasse dar posse a um governo minoritário, obrigando os partidos (todos!) a colocar de lado o tacticismo partidário e a fazerem a sua obrigação que é encontrar consensos e soluções para o bem do país, teríamos ganho estes últimos anos de deriva e injustiça social.
A propalada ajuda externa que não queremos pode colocar-se assim. A Grécia recebeu de ajuda 80 000 milhões de euros e um PEC único, duro mas de uma só vez. Portugal recebeu do BCE à volta de 48 000 milhões e, como descer mais baixo que congelar as pensões a quem ganha 200 euros/mês é dificil, temo que a ajuda externa de um e outro não seja tão diferente assim, como se quer fazer crer.
Aliás, como a Ministra das Finanças da França já disse publicamente " neste pacote o FMI já lá está" ! A bem de Portugal é preciso arranjar uma solução de interesse nacional antes que seja demasiado tarde!
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