in Todos Somos Portugal
Bola pé para pé
"Para vencer ingleses é jogar à portuguesa. Ou seja com a bola no chão, de pé para pé. Desgastá-los e fazê-los correr atrás da bola". Disse Jaime Pacheco ontem ao jornal "O Jogo". Agora com o jogo disputado, e o resultado conhecido, é mais fácil analisar se foi possível, ou não, aplicar esta regra no Liverpool/Braga. Em muitos momentos acho que sim, no período final não, mas compreende-se, dada a pressão que os ingleses sujeitaram a equipa bracarense nos últimos minutos. No entanto, dado que já estive nalguns jogos com a Inglaterra, Escócia, Irlanda, País de Gales e Irlanda do Norte, esta regra, esta máxima, esta estratégia, deu sempre resultado sempre que foi possível executá-la. Tentar jogar com estas equipas com as suas armas, ou seja, o futebol directo, é sempre meio caminho antecipado para a derrota. Infelizmente muitas vezes, viu-se que alguns treinadores portugueses pretenderam descaracterizar este tipo de futebol, adoptando nesses jogos princípios que não são os nossos, com os resultados que infelizmente conhecemos. Mas também não é menos verdade que o futebol inglês de hoje não é o mesmo do passado, por força dos inúmeros estrangeiros de qualidade que por lá jogam. Jaime Pacheco, porém, teve, tem razão e o Braga passou.
Publicada por Dezembro 1921 em 14:55
IVA
Custa-me muito a aceitar que regras que sejam instituídas para todos os portugueses, ricos, remediados ou pobres, venham a ser constantemente alteradas em função do poder reivindicativo de classes ou grupos de pessoas. Não me parece lógico que se abram situações de excepção quando se trata de pedir sacrifícios a todo o país. Desta vez foi o golfe, a merecer a oportunidade de discussão para alteração dos valores do IVA, e logo a seguir surgirem os ginásios a solicitar a mesma lógica. De facto não compreendo como é que se pedem sacrifícios incomportáveis para as classes mais desfavorecidas e se discute a oportunidade de alterarem esquemas globais fiscais para pessoas ou grupo de pessoas que jogam golfe ou que utilizam os ginásios para se sentirem bem fisicamente. Estamos a falar de quem? De gente pobre com necessidades? Como é que pode aceitar uma situação destas para as classes mais altas da sociedade quando não existem situações de excepção para, por exemplo, o nosso desporto mais popular que se encontra com tremendas dificuldades em cumprir o seu papel social de formadores de jovens. Não entendo.
Irresponsabilidade
As notícias sobre o alegado envolvimento da equipa do Barcelona em acções de doping, por parte de um órgão de comunicação social espanhol, é a prova que muita gente brinca com o fogo e com coisas muito sérias. Claro que este assunto não irá ficar por aqui, e o clube catalão irá de certeza accionar todos os meios ao seu alcance para atingir o autor ou autores deste boato. De qualquer forma esta é uma notícia que tem um efeito e impacto enorme num país tão afectado ultimamente por casos ainda não confirmados, mas sob grande suspeita, como foram os de Contador, e o de alguns atletas olímpicos do atletismo. Bem esteve o Real Madrid, e o seu presidente ao demarcarem-se desta polémica tão perigosa.
«Pouco antes desta conferência, o presidente do Real Madrid contactou-nos para dizer que não tem nada a ver com esta informação. E Sandro Rosell não tem motivos para não acreditar nele», explicou o porta-voz da direcção do Barcelona, Toni Freixa. O responsável acrescentou que a informação partiu da rádio, logo não há diferendos com os madrilenos. «Analisámos os factos e percebemos que a informação saiu da Cadena Cope, por isso vamos pedir-lhes explicações