A GUERRA COLONIAL
– PRESENÇAS E REGRESSOS –
COORDENAÇÃO DE LUÍS MACHADO
Dia 29 de Março
GEOGRAFIAS DA GUERRA
(Restaurante Respublica - Associação 25 de Abril) – 19H30
Fernando Rosas, José-Augusto França, Martins Guerreiro, Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço
Dia 19 de Abril
A LITERATURA PORTUGUESA DA GUERRA COLONIAL
(Restaurante Via Graça) – 19H30
Carlos Vale Ferraz, João de Melo, José Correia Tavares, Luís Rosa, Manuel Alegre e Vergílio Alberto Vieira
Dia 24 de Maio
CANTAR A RESISTÊNCIA E ESCREVER A LIBERDADE
(Café Martinho da Arcada) – 19H30
Francisco Fanhais, José Manuel de Vasconcelos, José Mário Branco, Manuel Freire, Maria Manuela Cruzeiro, Mário Vieira de Carvalho, Michel, Ruben de Carvalho e Vitorino
Moderadores: José Manuel Mendes, José Manuel de Vasconcelos e Luís Machado
ORGANIZAÇÃO: ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCRITORES
APOIOS: ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL, FUNDAÇÃO PORTUGAL-AFRICA E ANTENA1
É preciso acreditar que ainda há patriotas. As palestras e conferências agendadas não trarão muita luz acerca das vivências na guerra colonial, já que os que estiveram lá continuam relegados para as catacumbas das memórias tristes. No entanto, acredito que as intenções da organização são boas e é de louvar tudo quanto possa mostrar ao mundo que houve uma guerra que envolveu e afectou a vida a mais de um milhão de militares e criou ansiedades a cerca de seis milhões de familiares; as consequências deixaram um rasto de mortos, feridos e estropiados, além dos desenraizados esquecidos com seus males e traumas. Ver
http://www.espacoetereo.net
http://micaias.blogs.sapo.pt
http://poesiadiario.blogspot.com
Meu caro, já leu as nossas crónicas da guerra? Clik em Guiné, Angola, Moçambique, guerra colonial, José Brandão, aí na barra ao lado e tem dezenas de crónicas, e logo à noite monumento e museu dos combatentes...
Meu caro Luis,
refiro-me às Conferências que vão sendo realizadas por aí, parte das quais servem para limpar a imagem dos que preferiram fugir do que combater a guerra por dentro. Se todos tivessem desertado, jamais teríamos o 25 de Abril.
Pois, foi essa ideia que tentaram passar numa Conferência levada a efeito por uma Universidade Portuguesa, onde parte dos oradores (professores universitários) difundiram a ideia de que os que participaram na guerra colonial são os "cobardes" que não tiveramn "coragem" para fugir; enquanto os que fugiram podem ser considerados "heróis" por não aceitarem ir para a guerra. Só que não se tratava de aceitar ou não aceitar, a opção era desertar, emigrar, seguindo um rumo sem destino (poucos tinham condições económicas para garantir estabilidade), ou bater com os costados em terras estranhas e cheias de perigos.
São os intelectualóides do costume, julgam que a maioria de nós tinha conhecimentos, família ou dinheiro para sair de Portugal. Eu tinha as minhas irmãs a fazerem promessas à senhora de Fátima e o meu pai a chorar sempre que lhes dizia que me ia embora. Se não fossem os dezasseis anos de muito sofrimento o fascismo não tinha caído em 25 de Abril de 1974. Eram mais vinte anos de ditadura. Naquele momento fizemos o que tinha que ser feito. Abraço amigo.
De António Pedro Tojo a 14 de Abril de 2011
Caros amigos.
É bom não deixarmos apagar a memória daqueles que se apagaram na flor da idade, de 61 a 74. Deixem-me apenas dizer que tinha um amigo do qual me fui despedir ao cais quando ele abalou para a Guiné. Fiz-lhe o último adeus aos ombros do meu pai e pai dele. Hoje continuo a sonhar e a chorar com ele.
Um abraço e obrigado por me permitirem o desabafo.
António Tojo
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