OS COPOS
Eram pesados os copos
mas quando se encheram de vinho puro
Quase que voaram da mesma forma
Que os corpos voam com os espíritos.
IBRIS BEM-AL-YAMAN, Andaluzia, séc. XI d.c.
UMA ÂNFORA
Nascido como eu sob o consulado de Manlius
no teu ventre transportas o lamento e o riso as disputas e os loucos amores
Retirada da adega num dia feliz
porque Corvinus reclama um vinho que o tempo tornou mais doce
A sua austeridade não desdenhará de ti
por demais imbuído que esteja da filosofia socrática
Não se diz que por vezes o vinho reanima o velho Catão?...
Com doçura atormentas os espíritos insensíveis
tiras o véu às inquietações dos sábios e aos seus mais secretos pensamentos
Devolves a esperança aos corações ansiosos
Tornas audazes os pobres. Quando bebem
olham sem temor os diademas dos reis irados e as armas dos soldados
Baco Vénus se ela assim o consentir as inseparáveis Graças
e os perenes archotes
far-te-ão resistir até ao momento em que o regresso de Febo
Ponha as estrelas em fuga
Ode nº 2 – HORÁCIO, Roma, séc. I a.C.
Um pouco de história:
Chegamos à Idade Média, época em que a Igreja Católica passa a ser a detentora das verdades humanas e divinas. Felizmente, o simbolismo do vinho na liturgia católica faz com que a Igreja desempenhe, nessa época, o papel mais importante do renascimento, desenvolvimento e aprimoramento dos vinhedos e do vinho. Assim, nos séculos que se seguiram, a Igreja foi proprietária de inúmeros vinhedos nos mosteiros das principais ordens religiosas da época, como os franciscanos, beneditinos e cistercienses (ordem de São Bernardo), que se espalharam por toda Europa, levando consigo a sabedoria da elaboração do vinho.
Os hospitais também foram centros de produção e distribuição de vinhos e, à época, cuidavam não apenas dos doentes, mas também recebiam pobres, viajantes, estudantes e peregrinos.
Também as universidades tiveram seu papel na divulgação e no consumo do vinho durante a Idade Média. É interessante observar que é da idade média, por volta do ano de 1.300, o primeiro livro impresso sobre o vinho:"Liber de Vinis". Escrito pelo espanhol ou catalão Arnaldus de Villanova, médico e professor da Universidade de Montpellier.
(Trechos extraídos da obra de Hugh Johnson "The Story of Wine" da editora Mitchell-Beazley, Londres, 1989).
Iluminura com "A Vindima" e fabrico do vinho , do Códice do séc. XII (1198) conhecido por Apocalipse do Lourvão. O mais antigo documento iconográfico português de temática vinária, encontrado no velho manuscrito insólito do Mosteiro do Lourvão
O Apocalipse do Lorvão é um manuscrito iluminado produzido no fim do século XII, possivelmente no Mosteiro do Lorvão, em Portugal. Actualmente está preservado na Torre do Tombo. Possui 112 folhas em pergaminho com diversas ilustrações em estilo românico-moçárabe, e é uma das raras obras em seu género sobreviventes da Idade Média portuguesa.
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