João Machado
Este ano comemora-se o centenário do nascimento de Manuel da Fonseca, escritor multifacetado, vulto grande das nossas letras. Poeta, romancista, contista, autor de crónicas e ensaios, com incursões no teatro e no cinema, é obrigatória a sua recordação. O Estrolábio e, claro, o não podem deixar de participar activamente nos trabalhos comemorativos. Embora o seu nascimento tenha ocorrido num dia 15 de Outubro, daqui a vários meses, vai sendo tempo de começar o trabalho. O tempo é pouco para relembrar a sua obra. Apresentamos a seguir um dos seus poemas, publicado em 1940, em Rosa dos Ventos. Notem o acentuado lirismo que o impregna, uma constante na obra poética de Manuel da Fonseca, que haveria de o casar admiravelmente com elementos de participação social, conforme assinala Sílvio Castro, em Poesia do Socialismo Português.
Canção de Hans, o marinheiro
Se tu soubesses
que em todos os portos do mundo
há uma mão desconhecida
a acenar - adeus, adeus - quando se parte prò mar;
se tu soubesses
que o mar não tem fronteiras nem distâncias
é sempre o mar;
se tu soubesses
a noite nas águas
onde os barcos são berços
e os marinheiros meninos a sonhar;
se tu soubesses
o desamor à vida quando o vento grita temporais
e a morte vem abraçar os homens na espuma das vagas;
se tu soubesses
que em todos os portos do mundo
há um sorriso para quem chega chega do mar;
se tu soubesses vinhas comigo prò mar
embora as nuvens do céu
e os ventos que vêm do Este e do Oeste, do Sul e do Norte
digam ao mundo que vai haver o temporal maior que todos!
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