Em cada segundo são enviados cerca de três milhões de e-mails em todo o mundo. Em África apenas um em cada mil utilizadores de computador acede à net. Na Coreia do Sul a velocidade média de ligação é de 17 megas por segundo. Nas ilhas Cook, um simples e-mail pode demorar até 10 minutos a ser enviado. 80% dos alunos nos Estados Unidos têm um computador para apoiar o estudo. No Brasil, apenas um em cada dez colégios tem ligação à Internet. Todos as casas em Andorra têm acesso à fibra óptica. Na Nigéria, 95% nem sequer têm linha telefónica. O fluxo diário de SMS ultrapassa o número de habitantes do planeta (mais de 6000 milhões), mas há ainda cerca de 20% sem acesso a sinal de telefone móvel. Embora os mercados emergentes tenham cada vez uma maior influência na economia global, em muitos deles existem deficiências para aceder à sociedade da informação.
Segundo o El País de ontem, um projecto designado por O3b, fruto de uma parceria entre a Astra e a Google, vai proporcionar o acesso Internet em países pobres. Segundo estimativas de 2010, cerca de 2000 milhões de pessoas estão ligadas à rede. Este projecto criará mais 3000 milhões de internautas, mais do que duplicando o actual número. É, aliás, o que significa o nome de código – O3b Networks – Other 3 billion – metade da população mundial. Uma rede de satélites em órbita equatorial, transportará o sinal da Nicarágua à Nova Zelândia, passando pelo Brasil, Nigéria, Síria, Etiópia ou Índia.
Pode dizer-se que o hemisfério Sul vive de costas voltadas para a net, grande parte dos dois mil milhões de internautas concentra-se na América do Norte, Europa e Japão. Este projecto dará acesso à rede a muitos milhões de pessoas que não entraram ainda na chamada sociedade da informação. Os primeiros oito satélites serão lançados em 2013.
Saltando os pormenores técnicos, direi que o equipamento necessário para aceder à Internet, uma antena parabólica e um modem, custa cerca de 300 dólares, o que em muitos dos países do Terceiro Mundo é uma verba incomportável para as débeis economias da maioria das famílias.
Claro que tudo isto parece positivo. Esta disseminação do acesso à rede vai dificultar a vida a ditadores. Mas vai também contribuir para espalhar conceitos deletérios, criar necessidades de consumo (por que motivo dois gigantes do mundo dos negócios se interessariam por este projecto?). Em suma, difundir um pensamento único que, pouco a pouco, vai alastrando. Enfim, é um grande passo na luta contra o obscurantismo e essa vantagem tem um preço. Não há almoços grátis.
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