Entre partir e chegar - sentar. Apertada na poltrona cada vez mais estreita, coloco o cinto de segurança. Ao meu lado: ninguém. Da janela veojo o branco que se perde na escuridão.
Trago comigo dois livros. O passageiro do banco de trás joga. Na fila ao lado um casal discute.
Tento dormir mas o queixo encontra o peito e sufoco. Coloco um joelho para cima e fico entalada. Tento ler um livro. Fico com sono.
Tranquilo, viaja de olhos fechados. Um sorriso na face acompanha o homem sereno. Parece um poema contínuo. Sem fim. Contagia meu corpo.
Endireito as costas. Pouso as mãos nas minhas coxas. Deixo-me estar. Devagar, escuto o ar que respiro. Meigo é o tempo que agora me abraça.
Descoberta que emociona.
Uma lágrima dança na minha boca, como se fosse eu o horizonte deste caminho novo.
Fecho os olhos. Sem pressa, sorrio.
Ao meu lado adormece o poema inacabado:
Dormi o sono dos justos, sem nunca ter acordado. Encontrei o sonho. Repousei os demónios.
Intervalo de tempo. Passado o engano, na fronteira do indizível encontro o silêncio. Aqui, onde o mar e o rio se unem e separam. Salgado e doce, dentro e fora, a mesma água. Repouso sem adormecer.
. Ligações
. A Mesa pola Normalización Lingüística
. Biblioteca do IES Xoán Montes
. encyclo
. cnrtl dictionnaires modernes
. Le Monde
. sullarte
. Jornal de Letras, Artes e Ideias
. Ricardo Carvalho Calero - Página web comemorações do centenário
. Portal de cultura contemporânea africana
. rae
. treccani
. unesco
. Resistir
. BLOGUES
. Aventar
. DÁ FALA
. hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
. ProfBlog
. Sararau