Quarta-feira, 28 de Julho de 2010

Autores fundadores da Antropologia, de Raúl Iturra

Friedrich Max Müller (6 de Dezembro de 1823 - 28 de Outubro de 1900) linguista, orientalista e mitólogo alemão. Aluno de Franz Bopp e de E. Burnouf, retomou o estudo da Avesta e a publicação do Rigveda – Samhita, que manteve de 1849 a 1874 (6 volumes). Sua obra principal é a colecção The sacred books of the East (51 vols, publicada de 1879 a 1910), fonte essencial da história das religiões e da mitologia comparada. É considerado o criador da disciplina religião comparada. Este método é o que permite a Durkheim debater formas religiosas elementares, como eram denominadas apesar da sua complexidade, a partir das denominadas, mais tarde, em 1985, por Julio Caro Baroja: Las formas complejas da vida religiosa (Siglos XVI e XVII) SARPE, Madrid. Biografia e obra, em: http://es.wikipedia.org/wiki/Julio_Caro_Baroja


Os estudos à laia de Müller serviam a Durkheim, através da comparação das diferentes formas de fala em rituais e assim entender quais as formas de todos os rituais eram as reais formas elementares das várias estrturas da vida religiosa. Enquanto Müller compara religiões, Durkheim as estuda como factos, dentro de elas. No livro I, Capítulo I, Durkheim critica a Müller por precisar comparar religiões para as entender, sem aprofundar na vida social do povo em questão, estudar as suas circunstância sociológicas e assim entender como a vida religiosa é própria do grupo estudado e não precisam de um Cristo para as entender. Critica a Müller em vários sítios esta necessidade teológica que não faz sociologia para saber o que é sagrado para um povo dentro de si mesmo, sem ter que se ajudar de outras formas religiosas para explicar (pp 32 em frente do livro que uso, já citado).

Se Freud estuda os rituais religiosos como desordem de personalidade ou neuroses, Durkheim os analisa como formas de educar para renovar a população geneticamente, o seu saber sobre a sua história e geografia e os seus meios de subsistência. É o motivo pelo que no texto citado, fala de Intichiuma ritual de aprendizagem de como saber viver em jejum, nus e em silêncio enquanto, durante vários dias, procuram a larva que mais tarde será um lagarto (lizard) ou réptil sáurio, de cabeça oval e corpo quase cilíndrico, muito ágil, e de muita utilidade para a agricultura, por se alimentar de insectos, fruto do seu alimento, que será mai tarde, o alimento dosArunta. O intichiuma é um ritual realizado em jejum, enquanto se percorre o deserto em procura da larva, orientados pelo xamã sagrado Aletunja, quem sabe do ritual corrobbori. Ritual que o obriga a conduzir, uma vez cada ano, aos Arunta pré púberes, também emjejum, durante vários dias, para procurar no deserto essa larva que será, a seguir, um lagarto para alimentar a população. São as conjunturas de reprodução de um povo tão pobre em meios naturais de sobrevivência, que aprendem pelo ritual corrobbori a saber passar fome e, no entanto, subsistir até serem adultos que sabem caçar o alimento essencial, o avestruz e o javali. Salgados, são alimento que duram várias semanas. Conjuntura de subsistência e reprodução é também ser um povo nómada, que anda pelo deserto em diferentes épocas do ano, com aceso aos sítios do seu alimento em épocas de não reprodução dos animais que, crescidos, são caçados e consumidos pelos vários clãs Arunta. Cada clã tem um totem ou emblema que representa o animal base da sua reprodução e da sua permanência na vida. Durante a época da reprodução, o totem é sagrado, donde cuidado, acarinhado, domesticado para os caçadores Arunta não ter que correr trás animais mais velozes que o ser humano. O texto todo pode ser lido em: http://classiques.uqac.ca/classiques/Durkheim_emile/formes_vie_religieuse/formes_vie_religieuse.html

O debate com Müller esta em : Livro I, CHAPITRE III : Les principales conceptions de la religion élémentaire (suite) II. - Le naturisme Historique de la théorie I. - Exposé du naturisme d'après Max Müller. O debate começa por esta afirmação de Durkheim: Temos analisado que a afirmação de ser o animismo uma religião, é um postulado subentendido que não tem como origem nenhuma realidade experimental. É do princípio contrário que argumenta Max Müller. Para ele, é um axioma que a religião é o resultado de uma experiência da que retira toda a sua autoridade. A religião, diz ele, para ter a hierarquia de elemento legítimo da nossa consciência e conhecimento, deve nascer, como outro qualquer saber, der uma experiência sensível. Vamos supor que ele pensa este velho adágio empírico: Nada existe no intelecto que não estivesse antes nos sentidos. Por outras palavras a sua doutrina declara que nada pode existir na fé que não tiver existido antes na experiência sensorial. Fonte: Capítulo III, Secção II: O naturalismo, página 72 do texto Les structures élémaintaires de la vie religieuse, em: http://classiques.uqac.ca/ Este é o debate de Durkheim com os teólogos, que avança pelo livro inteiro, essa 470 páginas, até convencer que as formas elementares da religião, não advêm de uma divindade, fé ou sentimento, bem como da actividade material com a que devem-se defender os seres humanos para a sua subsistência. Motivo pelo qual o corrobbori é um ritual de jejum, andar nu, não descansar, passar frio à noite, vagabundear em procura de entidades materiais que permitam a continuidade das suas vidas. Não era assim como se pensava, especialmente na época histórica em que a vida social era orientada pelo sentimento de fé, que Durkheim mudou para factos da realidade empírica.
publicado por Carlos Loures às 15:00
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