Quinta-feira, 16 de Junho de 2011

Ainda à volta de Ana Gomes e de Paulo Portas - Júlio Marques Mota

 

Do processo de pedofilia, de algumas  coisas me lembro bem, das declarações de Durão Barroso a afirmar que agora é que se  ia ver como é que a justiça portuguesa  ia enfrentar os poderosos,  ele que sabia como eu sabia que a origem de classe de Paulo Pedroso não estava distante da dele e da minha também, esta última ainda de mais baixos rendimentos do que as restantes. Não é por acaso que na carta aberta em tempos enviada a Durão Barroso  escrevi: “muitas das receitas do sector financeiro não são um valor acrescentado à economia nacional, não são o valor de contrapartida de uma prestação de serviços aos agentes económicos como as contabilizam os sistemas nacionais de contabilidade e o Eurostat, porque simplesmente não as considera sequer como serviços prestados, e muitos dos lucros financeiros são assim considerados para as gentes que vêm do meio social  de onde eu venho e o senhor Presidente também segundo julgo, são, dê-se o valor exacto às palavras, são então um verdadeiro roubo”

 

Lembro-me que, afinal,  do lado dos fortes viu-se bem quem estava, era  ele, Durão Barroso, viu-se vê-se agora e de novo qual é o único lado onde terá gostado de estar, exactamente ao lado dos mais fortes, neste caso até como aliado supremo dos mercados de capitais.

 

Lembro-me  de um artigo   de jornal que mandei pelo grande amigo Fausto  Correia, na altura deputado,  para entregar ao Paulo Pedroso e neste a mensagem era clara: face aos desígnios de um destino que não construíamos  era necessário  resistir  e era o que eu lhe sugeria . Tratava-se da descrição de dois casos tratados na justiça inglesa sobre o mesmo tema, onde se descrevia o que poderia ser considerado como inacreditável.

 

Lembro-me ainda das declarações pingadas pelo Director da polícia Judiciária relativamente ao secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues e para acabar por aqui lembro-me ainda de que cada vez que havia dificuldades no plano político o assunto da Casa Pia reacendia-se  como rastilho aceso em seara seca no pico do Verão.

 

Lembro-me de ter falado com um dos relatores de um recurso ou parecer que foi feito sobre o processo Casa Pia conduzido pelo primeiro juiz que dele se encarregou e o que me foi dito pela relatora foi mais ou menos isto: o Paulo Pedroso pode ser o que quiserem. Nada disso discuto mas sei que nunca vi processo tão sem pés nem cabeça. Mas sobre este mesmo processo  montou-se  um outro processo que ia decapitando a esquerda em Portugal.

 

O aproveitamento político do caso foi claro como água cristalina e houve gente que politicamente com isso foi queimada, mas nada disso incomodou a nossa direita que até foi para Bruxelas. Falo de Durão Barroso e companhia..

 

Nada disto tem a ver com as vítimas do processo. Estranho agora que as gentes  de esquerda reacendam o processo e desta forma, no sentido inverso, pois que apresentado o tema depois de umas eleições perdidas. Estranho agora também que as gentes  de Estrolabio, de direita ou de esquerda agora não discuto, reabram também elas uma polémica   que a nada pode levar, porque suporte material para a discussão não há e, bom…se material há então que o entreguem na Judiciária e que se diga isso alto e bom som no Estrolabio,  não vá acontecer que o material se perca pelos corredores até porque algum novo director disso se esqueceu. Lamento o paralelismo das afirmações com as eleições perdidas por uns, os socialistas e José Sócrates, e a perder em breve pelos outros que agora as ganharam, Passos Coelho e companhia.  

 

Lembro-me  também de um debate televisivo em que Paulo Portas terá dado “um baile” a Carlos Candal e de novo um paralelismo, aparece no dia seguinte alguma vez um folheto a acusar Portas de ser gay, com origem, creio eu, em Aveiro. Assim não, nunca os fins justificaram os meios, nem sequer os meios a arranjar  poderão ser justificados pelos  fins que se  querem alcançar. Isso não é eticamente de  esquerda, se de ética aqui se deve falar. Nessa não entro eu  e, francamente, sugiro que larguemos mesmo as questões pessoais à volta do tema.

 

Uma outra coisa é o artigo de grande qualidade que vi hoje no Estrolabio colocando a questão política e económica à volta dos submarinos e esta é uma história que a memória não me falta vem desde Jaime Gama , Guterres  e  José Penedos, lembro-me eu, se a minha memória de velho não me começa a faltar.  Parabéns ao seu autor. Esta questão, a dos submarinos, a da política de defesa nacional sobretudo, mas também a  europeia merece mesmo ser analisada e esse é o terreno válido para se poder criticar Portas e aqueles que nesta história de milhões gastos   se meteram. Isso sim, é o terreno válido para a discussão. Ou não será que as nossas costas em muito do contrabando são a porta de entrada para  Europa e contra este para que nos servem os ssubmarinos? Para ir atrás de barcos ultra-rápidos, talvez se pense então !

 

publicado por Augusta Clara às 18:00

editado por Luis Moreira às 02:24
link | favorito
Quarta-feira, 8 de Junho de 2011

Ana Gomes - Desassombro - por Luis Moreira

 

 

 

 Paulo Portas não tem idoneidade pessoal e política para incorporar o próximo governo diz Ana Gomes.

 

Há os submarinos, a Casa Pia e outros casos que desaconselham o Portas ser ministro. Eu, por acaso, até acho que que as questões levantadas à volta das acções pessoais e políticas dos governantes são coisa bem para além da prova nos tribunais. Há alguma coisa provada em tribunal? Não chega! Nisso estou com a política.

 

Para um cidadão comum é capaz de bastar mas não para um governante." O que parece é!" do Salazar tem muito de verdade e "à mulher de César não basta ser séria, tem que parece-lo" também se aplica. Numa altura destas em que a retoma da confiança é fundamental, estas fragilidades pagam-se muito caro, normalmente mais tarde que cedo - mas pagam-se.

 

Poucos sabem o que saberá Ana Gomes sobre Portas mas é arriscado um registo destes quando estamos saídos de uma eleição e o povo deu os votos que deu a Portas. A eurodeputada afirma que quanto ao CDS não há qualquer dúvida quanto à legitimidade em fazer parte do governo próximo, a questão é mesmo pessoal com Portas.

 

 Portas, até foi um dos padrinhos desta forma de fazer política, ninguém se pode considerar inocente, e Porta muito menos, muita gente morreu politicamente às suas mãos no Independente.

 

 Ana Gomes também não se coíbiu de dizer que Passos Coelho foi instruído por Dias Loureiro e que isso vai ter influência no caso BPN

 

Sabemos as histórias que se contam e que, inclusivé, até teriam sido publicadas lá fora na imprensa estrangeira já que em Portugal não houve coragem para o fazer. E, sabe-se também que na Alemanha há importantes empresas a contas com a Justiça por causa dos submarinos e que em Portugal houve uma empresa (de assessores, pertencente ao grupo Espírito Santo) que  facturou  milhões de euros em assessorias diversas...

 

Enfim, é o que há.

 

publicado por Luis Moreira às 13:00
link | favorito
Quinta-feira, 3 de Março de 2011

Ana Gomes : Eu li o processo ! O Juiz também.

Ana Gomes vem num dos jornais da manhã dizer que não compreende como Carlos Cruz foi acusado e dado como culpado no caso Casa Pia, e o argumento puxado para a primeira página é que " eu li o processo". Ora todos os intervenientes no processo leram o processo, esse argumento não colhe é, exactamente por terem lido o processo que estão todos em desacordo. Os que não leram estão todos de acordo, há vítimas tem que haver abusadores, embora ninguém saiba quem são.

 

Não é o facto de Ana Gomes ter lido o processo e clamar que não compreende a decisão do tribunal que me trás aqui mas sim, chamar a atenção para o total descrédito a que chegou a Justiça. Com uma Justiça credível e respeitada ninguém apresentaria aquele argumento, porque aquele argumento encerra uma desconsideração fundamental. A Justiça, não se enganou. A Justiça errou e de propósito!

 

Ora a Justiça pode enganar-se, pode errar, mas não o pode fazer discricionariamente, há leis, direitos do acusado, fontes de direito, doutrina, tudo o que não pode ser esquecido por um tribunal mas que Ana Gomes ao formar opinião não leva em consideração. Ana Gomes tem uma opinião que formou ao ler o processo e pode até estar certa, mas não pode dizer que não compreende a decisão do tribunal pelo simples facto de ter lido o processo.A decisão do tribunal fundamenta-se em considerações, testemunhas, reacções a certas situações a que Ana Gomes não teve acesso.Ou apresenta fundamentos que mostram sem rebuço onde e quando o tribunal errou ou então tem que dar, humildemente, pelo menos o benefício da dúvida.

 

Só se compreende uma afirmação destas no quadro de alguém que quer fazer passar a ideia que nos tribunais a verdade e a mentira são propositadamente esquecidos, que há razões inconfessáveis que influenciam o tribunal , que no tribunal está gente sem crédito e que não quer ver o que está no processo, enfim, quer mostrar que o tribunal não tem direito ao benefício da dúvida a que os acusados da Casa Pia têm!

 

Ana Gomes é uma voz corajosa, sabe bem melhor o que se passa nos tribunais e na Justiça do que qualquer um de nós, mas se a Justiça fosse credível, fosse respeitada, a senhora deputada não faria uma declaração destas.

 

É tempo de nos acautelarmos, na Justiça para além da bagunça, dos atrasos, das guerras permanentes há, também, decisões que uma simples leitura do processo faz cair com fragor!

publicado por Luis Moreira às 13:00
link | favorito
Domingo, 18 de Julho de 2010

Mais um aspecto da generosidade da Democracia, ou azar meu!

Carlos Leça da Veiga

Envio o texto duma carta dirigida à Senhora Directora do “Destak” que, até agora – e já vai tempo bastante – não teve o favor dum bom acolhimento. Não mereceria?

Naturalmente que os jornais não podem estar abertos a todas as fantasia que se lhes dirijam razão pela qual o título dado a esta croniqueta – para ser-se justo – talvez só merecesse designar-se “azar meu”.

Não posso excluir que tenha produzido obra sem a elevação que é devida à altura dos primores literários do “Destak”. Será que enviei matéria de tão má qualidade? Será que pequei por não venerar a herança dos reis católicos? Terei ferido a susceptibilidade da Senhora Embaixadora?

Mesmo sem expressá-lo – mas será fácil deduzir-se – terei caído no erro de induzir que a chamada verdade desportiva – tantas vezes chamada à pedra – tem mais verdade para uns do que para outros. Só por laracha é que David bate Golias!

O “Estrolabio” é outra loiça – faiança da melhor – e, ao que parece – por mim posso afirmá-lo – abre as portas da sua generosidade democrática sem cuidar “da sorte ou do azar” dos seus correspondentes.

Lisboa, 18 de Julho de 2010



Exmª. Senhora


Directora do”Destak”


Lisboa, 2 de Julho de 2010


“Desenterrar a cabeça da areia” foi a sábia recomendação com que a Senhora Embaixadora Drª Ana Gomes intitulou um texto jornalístico dado à estampa no “Destak”, do dia 2 de Julho deste 2010.


Por igual, são palavras de Sua Exª,”este é o momento para que levantemos a cabeça” pela razão que “Estas são as coisas verdadeiramente importantes” sendo que estas – no conceito esclarecido duma Senhora Embaixadora – “são os assuntos prementes que pintam a crise económica”.


Sê-lo-ão? Não haverá outros com maior premência? Não estou a pensar nos interesses da banca mas sim daqueles dos mais anónimos, afinal os produtores das mais valias que forram a bolsa alheia, a bancária inclusive. A premência é política e não económica, isso caso queira que as coisas melhorem.


O texto da Senhora Embaixadora surge em estreita ligação com um acontecimento «futebolístico» entendido com lamentável para este nosso Portugal. Perdeu-se um jogo com o estado espanhol, estado a que a Articulista, como mandam as regras, chama Espanha.


Portugal perderia se jogasse contra a Catalunha, contra a Andaluzia, contra a Galiza, contra o País Basco ou contra o reino de Castela? Será democrático amalgamar tantas Nacionalidades para fingir ter-se um certo potencial desportivo?


A Inglaterra, mau grado os seus maus antecedentes e piores consequentes face às Nacionalidades que obriga a integrarem o chamado Reino Unido, em matéria de futebol – talvez a contragosto – não aparece reforçada por galeses, irlandeses e escoceses.


A tal ficção castelhana que dá pela designação de Espanha, uma obra bafienta do hipotético direito dinástico, deveria, ou não, aparecer nas competições internacionais – não estou a pedir tudo quanto é devido – não como um todo mas sim com representações desportivas de quantas partes (Nacionalidades) a compõem. Provavelmente nunca ganharia o que quer que fosse.


O tema permitiria ir muito mais longe mas para responder ao final desagradável dum jogo de futebol “politicamente incorrecto” bastará ficar-se por aqui.


Com os meus melhores cumprimentos,


Carlos Leça da Veiga
publicado por Carlos Loures às 21:00
link | favorito

.Páginas

Página inicial
Editorial

.Carta aberta de Júlio Marques Mota aos líderes parlamentares

Carta aberta

.Dia de Lisboa - 24 horas inteiramente dedicadas à cidade de Lisboa

Dia de Lisboa

.Contacte-nos

estrolabio(at)gmail.com

.últ. comentários

Transcrevi este artigo n'A Viagem dos Argonautas, ...
Sou natural duma aldeia muito perto de sta Maria d...
tudo treta...nem cristovao,nem europeu nenhum desc...
Boa tarde Marcos CruzQuantos números foram editado...
Conheci hackers profissionais além da imaginação h...
Conheci hackers profissionais além da imaginação h...
Esses grupos de CYBER GURUS ajudaram minha família...
Esses grupos de CYBER GURUS ajudaram minha família...
Eles são um conjunto sofisticado e irrestrito de h...
Esse grupo de gurus cibernéticos ajudou minha famí...

.Livros


sugestão: revista arqa #84/85

.arquivos

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

.links