(Continuação)
Sabendo-se que o mercado português, embora com um poder de compra inferior, segue a algum tempo de distância o de Espanha, parece-me curioso referir nesta série alguns resultados do inquérito sobre o livro digital que se fez no estado vizinho por iniciativa da Federação de Grémios de Editores, associada a uma fundação privada. O inquérito foi publicado no passado mês de Março e nele participaram 280 editoras de todas as dimensões.
Neste significativo universo, uma das conclusões apuradas é a que uma em cada quatro empresas prevê para 2012 comercializar mais de metade dos seus catálogos em versão digital. A banda desenhada é o género que mais irá enveredar por este tipo de suporte. Divulgação geral, Direito e ciências económicas, Ciências humanas e sociais, livro técnico-científico e universitário, e Literatura, são outros géneros que optarão por versões digitais. Estas versões destinam-se a dispositivos de leitura como os computadores, os e-readers, mas também e crescentemente, ao telemóveis e aos tablets. Os telemóveis são, segundo as previsões, os que mais vão ser utilizados nesta função já em 2011.
No que se refere aos canais de comercialização, os preferidos pelas editoras são as plataformas comerciais genéricas e a venda directa a partir da web da editora. 50% dos inquiridos manterá a comercialização das obras digitais através das livrarias. Note-se que o livro em formato digital será de 30 a 50% mais barato do que o impresso.
Não podemos ignorar esta evolução da edição digital.
Há umas semanas atrás, a Ethel enviou-me o link para um vídeo do YouTube onde se falava de uma nova forma de apresentar livros de bolso. O grafismo do livro em formato normal mantém-se, mas distribuído por duas páginas orientadas horizontalmente. Vejam
É um conceito original holandês – dwarsligge – inspirado nos e-readers. Em Espanha estão a fazer-se tiragens de 120 mil exemplares. O livro tradicional busca formas de sobreviver. E não tenho dúvidas de que sobreviverá. A relação afectiva que tenho amplamente referido entre muitos leitores e o livro impresso, levá-los-á, por vezes, a comprar as duas edições. Lendo o formato digital e pondo na estante o volume impresso da mesma obra.
Nos Estados Unidos, quando surgiu, em meados do século passado, a moda das edições de bolso, muitos leitores compravam estas edições e liam-nas, arrancando as páginas à medida que as liam e deitando-as no lixo. Se gostavam da obra, compravam depois a edição normal e lá a alinhavam na estante. Mas vejamos os librinos:
Em suma, o livro electrónico vai vingar. Segundo me parece sem destronar o livro impresso. O e-book desaparecerá em breve, ultrapassado por outra novidade, e o livro impresso continuará a existir. Serão evoluções paralelas. Mas o negócio do livro vai sofrer alterações. Toda uma cadeia, que começa na plantação de florestas destinadas ao fabrico de pasta de papel e acaba na livraria, vai ser
afectada.
Esta série de artigos sobre o livro e a problemática que o envolve, chegará em breve ao seu termo. Proporei que se lhe siga um debate sobre as questões relacionadas com o livro e com a leitura.
(Continua)
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